DOS SONHOS...
Não há palavra mais bonita do que "sonhar", outras são tão belas quanto, como "amor","liberdade", "paz", "felicidade", mas sonhar é isso: um misto de ar, etéreo, som, solidão,... não que a aqui a solidão seja termo perjorativo, antes pelo contrário, por vezes a solidão é benéfica, porque nos permite pensar, analisar e decidir, outras vezes só serve para sentirmos um pouco de silêncio que também falta faz.
Mas sonhar é bom, adoro sonhar, acho que me mato no dia em que deixar de contruir os meus castelos de areia, as minhas fortalezas inexpugnáveis, onde deixarei de me permitir caminhar para bem onde entender. Mas depois temos a racionalidade, que sabe distinguir quais os sonhos exequíveis e quais são apenas sonhos longinquos.
Já tive uma alma cheia de sonhos, de vontades, projectos e loucuras, sonhos bem coloridos, cheios de paz, ternura e amor. São sonhos tranquilizantes onde sabe bem voltar, onde apetece ficar. Mas nunca fui de sonhos exigentes, de voos maiores do que os de Ícaro... são sonhos tão comuns que acho que os partilho com metade da população mundial. Esse foram os que ficaram, outros já foram sendo esvaziados pelos caminhos da vida, porque deixaram de ser possíveis, ou porque as minhas escolhas foram outras, para rumos opostos.
Antigamente deitava-me na cama e deixava-me levar pela minha imaginação sempre pródiga em fantasia, adormecia numa paz tão inteira que quase tocava o absoluto! Hoje adapto-me a outros sonhos, nem sempre me lembro dos meus sonhos de sempre, aqueles em que me via velhota, na minha varanda com vista para o mar, a afagar o meu cão preto, e a escrever mais um dos meus livros. Curioso como os sonhos também se adaptam à realidade... já não me imagino a escrever, acho que estou a descurar as minhas queridas metáforas, já não me imagino numa varanda debruçada sobre o mar. Olhos e nem sei o que vejo, vejo-me e não me vejo, como se o meu sonho ainda estivesse a meio caminho da construção, como se a imagem estivesse renitente em se definir... Nem sei se sonho mais, já não há espaço para esse mundo. Cresceram as minhas pernas, agora cresce a minha adultidade, longe de onde me imaginava há uns anos atrás.
Não me queixo, não o choro, mas constato e entristece-me que esteja a afastar-me da capacidade de sonhar. Ou, analisando de outro prisma, sou uma pessoa diferente de quem era, mais adulta e madura, sim, mas dotada de uma racionalidade excessiva que está a tirar espaço do que mais amo: a minha alma.
Mas sonhar é bom, adoro sonhar, acho que me mato no dia em que deixar de contruir os meus castelos de areia, as minhas fortalezas inexpugnáveis, onde deixarei de me permitir caminhar para bem onde entender. Mas depois temos a racionalidade, que sabe distinguir quais os sonhos exequíveis e quais são apenas sonhos longinquos.
Já tive uma alma cheia de sonhos, de vontades, projectos e loucuras, sonhos bem coloridos, cheios de paz, ternura e amor. São sonhos tranquilizantes onde sabe bem voltar, onde apetece ficar. Mas nunca fui de sonhos exigentes, de voos maiores do que os de Ícaro... são sonhos tão comuns que acho que os partilho com metade da população mundial. Esse foram os que ficaram, outros já foram sendo esvaziados pelos caminhos da vida, porque deixaram de ser possíveis, ou porque as minhas escolhas foram outras, para rumos opostos.
Antigamente deitava-me na cama e deixava-me levar pela minha imaginação sempre pródiga em fantasia, adormecia numa paz tão inteira que quase tocava o absoluto! Hoje adapto-me a outros sonhos, nem sempre me lembro dos meus sonhos de sempre, aqueles em que me via velhota, na minha varanda com vista para o mar, a afagar o meu cão preto, e a escrever mais um dos meus livros. Curioso como os sonhos também se adaptam à realidade... já não me imagino a escrever, acho que estou a descurar as minhas queridas metáforas, já não me imagino numa varanda debruçada sobre o mar. Olhos e nem sei o que vejo, vejo-me e não me vejo, como se o meu sonho ainda estivesse a meio caminho da construção, como se a imagem estivesse renitente em se definir... Nem sei se sonho mais, já não há espaço para esse mundo. Cresceram as minhas pernas, agora cresce a minha adultidade, longe de onde me imaginava há uns anos atrás.
Não me queixo, não o choro, mas constato e entristece-me que esteja a afastar-me da capacidade de sonhar. Ou, analisando de outro prisma, sou uma pessoa diferente de quem era, mais adulta e madura, sim, mas dotada de uma racionalidade excessiva que está a tirar espaço do que mais amo: a minha alma.