E depois?
E depois de serem tomadas decisões, há meses adiadas, com a esperança de uma resolução melhor, com a sempre eterna inocência de que, como nos filmes, nos últimos minutos a trama acaba bem com toda a gente feliz? E depois?
Depois de assumida a decisão, mais do que ponderada, dissecada, mentalizada, processada, catalizada, nada mais resta senão levá-la até ao fim, encará-la de frente e dar o passo final: passar da teoria à prática. Por mais que doa, por mais que pareça que nos estão a arrancar pedaços de nós. E depois? A dilaceração cruel de olhar para trás e perceber onde é que existiu o erro para poder olhá-lo e tirar uma lição para o resto da vida.
Esta é uma lição para o resto da vida. Uma verdadeira lição que coloca à prova tudo em que acredito e que me fez questionar cada célula dentro de mim, perceber até onde ia a minha humanidade. Resta-me esperar que não vá ser uma dura lição do género: “como foste tão egoísta!”, seria duro demais e iria odiar-me até ao último dos meus dias.
Perceber o que é mais importante, pelo quê importa mais lutar. Foi isso que senti nesta decisão que se arrasta há meses e me tem consumido. Depois disto serei uma pessoa diferente, sinto-o. A sensação que tenho é semelhante à de abandonar um filho, na esperança de que tanto ele com o eu tenhamos uma vida melhor… será isso possível?
Neste exacto momento sinto-me completamente despida e sem mais nada, com uma quase sensação de estar perdida no mundo…