2007/04/15

DAS ESCOLHAS

Falava a SK num comentário mais abaixo sobre as escolhas e o facto de essa ser a maturidade: quando as temos que tomar por nós próprios, em consciência, e a forma como a vida nos vai obrigando a hieraquizar as nossas prioridades. Achei o tema e o tópico tão pertinente que até resolvi postar sobre o assunto.

Ora vamos lá: as escolhas.

Existem vários tipos, embora encontre duas categorias principais: as escolhas sensitivas e as reflectidas.

Nas sensitivas estão as escolhas que fazemos de "feeling", de instinto, as que são tão naturais que por vezes nem as entendemos enquanto escolhas. Nesta categoria ainda entram as escolhas "acidentais" ou não devidamente ponderadas, que acabam sempre por ter o instinto à mistura, ou o sensitivo ou emotivo.

As escolhas reflectidas são as marcantes, aquelas que podem mudar a nossa vida e que implicam uma verdadeira mudança, seja de trabalho, de relacionamento,de lugar, de casa, etc... Nesta segunda categoria está a maturidade, a ponderação e a razão, os prós e os contras e todas as certezas e incertezas. É um daqueles momentos em que dividimos uma folha ao meio com um risco, encabeçamos com "Bom" e "Mau" e começamos a escrever.

Já mudei a minha vida muitas vezes, decisões de fundo e de arriscar, mas, agora que olho para trás, vejo que foi sempre um risco calculado, em que não colocaria em questão a totalidade do que me rodeia ou do que sou. Sair de casa dos pais toda a gente sai, mudar de curso toda a gente muda, casar e divorciar toda a gente faz, apesar dos riscos, risos e lágrimas, vamos andando, sempre no mesmo meio e que sempre estivemos, com aquela rede de segurança que é o nosso mundo. Existe, creio, nestas atitudes uma "escolha reflectida", umas mais arrebatadoras do que outras, mais ou menos loucas, não interessa. Mas há sempre a segurança, o fio condutor, o elo essencial.

Depois de uma escolha dessas de fundo pode ainda surgir uma outra mais importante ainda, uma que pode definir que somos, o que queremos, o que desejamos e, inclusive, pôr na balança o quão amamos alguém, esse alguém que foi a maior escolha que já foi feita na minha vida, o maior desafio, a maior mudança de todas, um "re-birth"... É uma escolha séria, que não posso tomar levianamente, da qual não me podem restar dúvidas, porque sei que se elas existirem poderão ser prejudiciais. Uma escolha tão lata como o ficar só ou o deixar tudo e todos e ir para o outro lado do mundo, construir uma vida nova. Abandonar a estrutura de uma vida para começar uma toda nova, a uma distância que não permite contacto regular.

É uma escolha grande, gigantesca... Uma escolha de tudo ou nada... uma escolha que tem uma resposta óbvia - a de ir - mas que ainda tem as sombras do que é a minha família, o meu mundo, os meus amigos, a vida cá de que tanto gosto, da dúvida de como será lá começar tudo do zero, quando cá a vida corre muito bem.

Um dia páro e penso, ainda me custa a verbalizar, porque sinto que não me consigo explicar, porque a sensação que tenho quando falo do assunto é de que me entendem como se amasse menos, ou de que não tenho coragem, ou de que estou a trair, quando nada disso se passa, é uma questão interna, minha, que nada está relacionada com sentimentos, mas sim com aquilo de que se falava no início: terei eu maturidade para tomar uma decisão destas?

3 Comentários:

Blogger mar disse...

ó gaija!
tu bem que te podias ir descosendo de vez em quando, né?
agora chega aqui uma pessoa, que na põe os butes na net há sabe se lá quanto tempo e... depara-se com estas interrogações existênciais. ai ai ai
e essas coisas no coração e a mãe e a tua "maturidade"...
ó mulher, maturidade???

o simples facto de te questionares sobre o assunto e a tua resistência à mudança já revela maturidade qb, moça.

e é natural (acredita!) questionares-te. e questionares não quer dizer que te negues ou que te estejas a baldar ao sonho comum... de forma alguma.
agora tamanha escolha, como tu própria a encaras, não se decide do pé pra mão.
e o receio do desconhecido, e o questionar sobre esse desconhecido, não põe nada em causa... é salutar.

e podia continuar pra aqui a desenrolar... mas amanhã, a gente cumbersa!!!

beijo na alma, moça!

18/4/07 19:16  
Blogger SalsolaKali disse...

como já deves ter reparado estou meio silenciada...
é que na verdade eu não sou grande coisa nas escolhas. não sei fazê-las para mim e não creio que possa, sequer, sugeri-las para os outros...
as minhas sempre foram um desastre e eu quero mais é que tu deslizes sem qualquer obstáculo.
e tu saberás fazê-lo. eu sei que sim.
Bjs

18/4/07 19:58  
Blogger Peg solo disse...

vejo-me ai no meio cm se falasses de mim, do meu "nós".vejo tudo no meio dessas escolhas, estou no lugar daquela que acha q não tem escolha e simplesmente espera, assim como a q te espera q terá tb duvidas cm tu. esperar tb é dificil... muito mesmo!
(desculpa se de algum modo te confundo, o q digo foi sentido)

15/5/07 23:10  

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