DOS SORRISOS
Há muitos anos atrás, ainda era eu uma adolescente, propus-me a ler o Nome da Rosa do Humberto Eco, porque tinha adorado o filme e porque estava num verão literário, em que devorei o Eça, o García Marquez, o Kundera, o Saramago... Claro que o Nome da Rosa não é apenas aquilo que se vê no filme e toda a discussão teológica na qual gira o livro é extremamente pertinente e curiosa.
Uma das partes que mais me ficou marcada foi a discussão entre dois frades, um dominicano e outro franciscano, em que debatiam o riso. O primeiro considerava o riso normal e como parte da vivência, o segundo defendia que o riso era atentar contra a lei divina, pois devíamos expiar os nossos pecados e sofrer à imagem de Cristo...
Na altura eu devia ter cerca de 15/16 anos e fiquei escandalizada com a postura do frade franciscano, porque para mim o riso e os sorrisos eram partes indissociáveis do meu dia-a-dia. Claro que à luz da Idade Média acabo por entender o contexto do debate, embora não consiguisse transpôr a mesma para a realidade do séc. XX.
Mas isto tudo para dizer que o riso espontâneo, vivo, quente, gargalhado é também uma parte essencial da nossa infância, dessa ingenuidade de crianças aventureiras. Ao longo da caminhada vamos contendo as gargalhadas, rimos menos, sorrimos mais. Na vida fazem falta as gargalhadas de ir às lágrimas, de contorcer o abdómen, de perder o ar... gargalhadas sonoras, vivas, intensas, livres, espontâneas... Eu sou uma pessoa sorridente e simpática (creio...) e sinto falta disso, porque a "adultidade" me mitigou a liberdade de expressão plena, como rebolar na relva fresca, descalçar os sapatos no meio da rua, andar de bicicleta furiosamente com o vento a bater-me na cara...
Existem dias em que penso que cresci tão depressa que anulei coisas importantes dentro de mim. E hoje, aos 26 anos, decido-me viver apaixonadamente, com a loucura a guiar-me, porque é o que sou e porque sou um espírito-livre e isso ninguém me pode tirar!
:)
Uma das partes que mais me ficou marcada foi a discussão entre dois frades, um dominicano e outro franciscano, em que debatiam o riso. O primeiro considerava o riso normal e como parte da vivência, o segundo defendia que o riso era atentar contra a lei divina, pois devíamos expiar os nossos pecados e sofrer à imagem de Cristo...
Na altura eu devia ter cerca de 15/16 anos e fiquei escandalizada com a postura do frade franciscano, porque para mim o riso e os sorrisos eram partes indissociáveis do meu dia-a-dia. Claro que à luz da Idade Média acabo por entender o contexto do debate, embora não consiguisse transpôr a mesma para a realidade do séc. XX.
Mas isto tudo para dizer que o riso espontâneo, vivo, quente, gargalhado é também uma parte essencial da nossa infância, dessa ingenuidade de crianças aventureiras. Ao longo da caminhada vamos contendo as gargalhadas, rimos menos, sorrimos mais. Na vida fazem falta as gargalhadas de ir às lágrimas, de contorcer o abdómen, de perder o ar... gargalhadas sonoras, vivas, intensas, livres, espontâneas... Eu sou uma pessoa sorridente e simpática (creio...) e sinto falta disso, porque a "adultidade" me mitigou a liberdade de expressão plena, como rebolar na relva fresca, descalçar os sapatos no meio da rua, andar de bicicleta furiosamente com o vento a bater-me na cara...
Existem dias em que penso que cresci tão depressa que anulei coisas importantes dentro de mim. E hoje, aos 26 anos, decido-me viver apaixonadamente, com a loucura a guiar-me, porque é o que sou e porque sou um espírito-livre e isso ninguém me pode tirar!
:)
12 Comentários:
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Lindo:).
"(...)decido-me viver apaixonadamente, com a loucura a guiar-me, porque é o que sou e porque sou um espírito-livre e isso ninguém me pode tirar!(...)"
É sempre bom saber que não somos os únicos seres chamados de "loucos" por aí!
Porque afinal devo sê-lo … Ninguém me cala aquele grito no meio da rua, de cabeça de fora da janela do carro ao vento! ;)
(Hoje pelo andas da carruagem devia ser para gritar “És tão boa! Ai! és tão boa!” que a musica já não me sai da cabeça… Nem sei de quem é a culpa mas Ok!)
e ai de quem se atrever a tentar tirar-te "isso"! leva logo cuma cacetada deste lado! ;)
bjos no meio duma gargalhada!
ó label, sem querer impor no teu espaço... mas podes pôr a musica do és tão boa a toca? pulise?!?!???
é que eu não tenho a mais pequena ideia do que por aí se fala nesses blogs... é a tal da ignorância transatlantica!
Alma: já a Sophia falava do "espasmo essencial"... é aí que quero estar. :)
Mar: ahahahahah! ;) Fico mais descansada por ter pessoas amigas como tu! ;)
Mar: quanto à música... creio que não é bem uma música, mas sim um "grito de guerra" (LOL!) dos foliões do Carnaval de Torres Vedras (as famosas matrafonas) que levaram o mesmo ao Herman Sic. Mas não me comprometo! LOLOLOL!!! ;)
Gargalhadas sonoras e estridentes... loucuras qb...
É pá, tu extravasa lá... é tão bom!
Há momentos para tudo, não é? Para se ser mais criança, mais louca ou mais contida e séria...
...e é tão bom rir à gargalhada. Acho que deve ser o melhor remédio anti-stress e anti-depressivo que há, com a vantagem de ser 100% natural...
:D
BJ SK
e eu, como tu! porque me escalreces destas duvidas existenciais... lololol
ó label, não sei como é que o mariarq, cá veio parar, mas era eu, no comment ali acima...
mais mais sempre mais quero mais!
Obrigado por me lembrares do bom que é rir até perder o folego.
É que esta coisa de passar a maior parte da vida dentro dum aquário (entenda-se escritório, ar condicionado e essas coisas) faz-nos esquecer o que é mais simples - e porventura as pequenas coisas que nos dão mais satisfação.
Gustavo
Ó Gustavo, a verdadeira loucura é precisamente essa: passar o dia dentro de um aquário a rir, rir sempre e cada vez mais quanto mais essas coisas forem sérias!
Estou contigo Label, levem-nos o que quiserem, a idade, a infância e a paz de criança, mas os risos não, isso é que não!
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