CIDADANIA I
Quem me conhece sabe que sou uma miúda atenta ao que se passa em meu redor e que tenho uma consciência cívica e/ou política bem vincada e enraizada, logo não poderia deixar de, a escassos dias de irmos a votos, de dissertar um pouco sobre tudo isto.
O que se entende por cidadania? O que é a política? Conceitos apartados, redundantes ou complementares?
A etimologia
O termo cidadania deriva do latim civis, que significa cidade. Quanto ao termo política, este deriva do grego polis, que se traduz por cidade. Na raiz chegamos à mesma conclusão.
A filosofia
Deixou-nos em legado, Aristóteles, que o homem é um animal político. O que significa, em traços latos, que é um animal que vive em sociedade (cidade).
Avançamos nos séculos e mergulhamos já na grande discussão filosófica dos séculos XVIII e XIX do conceito de Estado. Aqui encontramos grandes nomes: Hobbes, Locke e Rousseau. Entre eles debateu-se essa questão do que é o Estado e o que é a governação. Para tal metaforizaram as suas teses na figura do Leviatã, um monstro enorme, composto por todas as pessoas que fazem parte de um Estado – independentemente da estratificação hierárquica.
Hobbes, embebido de um verdadeiro espírito absolutista, defendia que o Estado era composto por todos, mas que depois de eleito* um governo, cessava a participação do povo na intervenção do Estado, devendo este apenas obedecer e agir consoante as regras impostas.
Locke, defensor do Liberalismo, contrapôs a tese de Hobbes e defendeu que a participação do povo jamais cessava no acto de eleição, tendo sempre uma continuidade participativa e tendo o dever de contribuir para o todo, não devendo nenhum governo impor, apenas servir.
Rousseau dispensa apresentações e é o pai da Revolução Francesa, apresentando um conceito de Estado assente no Liberalismo mas que ressalvava o direito à propriedade e ao trabalho – mas estas já são contas de outro rosário.
E agora?
Depois desta súmula, o que quis foi contextualizar, ou seja, pessoalmente parto do princípio de que qualquer cidadão é, por inerência político e, num Estado Democrata, é dever e direito de cada um de nós participar.
E onde e quando participamos?
No acto eleitoral? Se sim e apenas isso remete-me puramente para a doutrina de Hobbes.
Na vida pública? Votamos, participamos em associações, grupos de trabalho, sindicatos, partidos políticos, movimentos cívicos, etc... Se sim é claro que caminhamos para um Estado partilhado, assente nos princípios da Revolução Francesa – Igualdade, Liberdade e Fraternidade!
Quando surge a queixa – mais do que comum! – “é mais do mesmo” ou “os políticos são sempre a mesma coisa”, e por aí adiante, o que me apraz perguntar é:
E O QUE É QUE TU JÁ FIZESTE EM PROL DA SOCIEDADE?
* Ressalva para o conceito de eleição, completamente díspar daquele que conhecemos hoje!
O que se entende por cidadania? O que é a política? Conceitos apartados, redundantes ou complementares?
A etimologia
O termo cidadania deriva do latim civis, que significa cidade. Quanto ao termo política, este deriva do grego polis, que se traduz por cidade. Na raiz chegamos à mesma conclusão.
A filosofia
Deixou-nos em legado, Aristóteles, que o homem é um animal político. O que significa, em traços latos, que é um animal que vive em sociedade (cidade).
Avançamos nos séculos e mergulhamos já na grande discussão filosófica dos séculos XVIII e XIX do conceito de Estado. Aqui encontramos grandes nomes: Hobbes, Locke e Rousseau. Entre eles debateu-se essa questão do que é o Estado e o que é a governação. Para tal metaforizaram as suas teses na figura do Leviatã, um monstro enorme, composto por todas as pessoas que fazem parte de um Estado – independentemente da estratificação hierárquica.
Hobbes, embebido de um verdadeiro espírito absolutista, defendia que o Estado era composto por todos, mas que depois de eleito* um governo, cessava a participação do povo na intervenção do Estado, devendo este apenas obedecer e agir consoante as regras impostas.
Locke, defensor do Liberalismo, contrapôs a tese de Hobbes e defendeu que a participação do povo jamais cessava no acto de eleição, tendo sempre uma continuidade participativa e tendo o dever de contribuir para o todo, não devendo nenhum governo impor, apenas servir.
Rousseau dispensa apresentações e é o pai da Revolução Francesa, apresentando um conceito de Estado assente no Liberalismo mas que ressalvava o direito à propriedade e ao trabalho – mas estas já são contas de outro rosário.
E agora?
Depois desta súmula, o que quis foi contextualizar, ou seja, pessoalmente parto do princípio de que qualquer cidadão é, por inerência político e, num Estado Democrata, é dever e direito de cada um de nós participar.
E onde e quando participamos?
No acto eleitoral? Se sim e apenas isso remete-me puramente para a doutrina de Hobbes.
Na vida pública? Votamos, participamos em associações, grupos de trabalho, sindicatos, partidos políticos, movimentos cívicos, etc... Se sim é claro que caminhamos para um Estado partilhado, assente nos princípios da Revolução Francesa – Igualdade, Liberdade e Fraternidade!
Quando surge a queixa – mais do que comum! – “é mais do mesmo” ou “os políticos são sempre a mesma coisa”, e por aí adiante, o que me apraz perguntar é:
E O QUE É QUE TU JÁ FIZESTE EM PROL DA SOCIEDADE?
* Ressalva para o conceito de eleição, completamente díspar daquele que conhecemos hoje!
4 Comentários:
plantei uma árvore, escrevi um livro, tive um filho (credo, acho que vou vomitar...)
Estás muito queirosiana, não? LOL ;)
É um princípio...
EHEHEHEHEH!!!
Sempre acho o Hobbes versão séc. XX mais interessante do que outro! LOL
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