A QUASE TRANSIÇÃO
Hoje, sexta-feira, é quase impossível não focar o grande tema do dia: o estado de saúde do Papa João Paulo II… Há muito que o mundo aguarda o fim do seu sofrimento – eu, pelo menos, aguardo, outros ainda vão defendendo a esperança – e parece que a linha ténue entre a vida e a morte joga-se no tabuleiro deste homem.
Sem hesitações digo que foi um grande líder político. Soube gerir muitas crises, umas melhores outras piores, mas não deixou de carimbar o mundo com a sua presença atenta, embora a postura tenha sido sempre anti-comunista, mas foi contra a invasão do Iraque, isto a título de exemplos. Ao nível religioso a sua actuação foi menos boa, não deixou cair os muitos tabus eclesiásticos, ergueu bandeiras contra o aborto, a eutanásia, o preservativo e a homossexualidade. Mau, muito mau, principalmente quando se olha para os números do aumento da SIDA em África e em todo o mundo.
Lembro-me de ser uma miúda, muito criança mesmo, quando ele esteve em Portugal. Lembro-me do deliro das massas, das pessoas a chorarem, a gritarem palavras de fé. Deve ser uma das primeiras recordações que tenho.
Sou agnóstica por inteiro, não acredito em poderes superiores a mim, enquanto indivíduo que sou, e acredito que parte de nós a capacidade de melhorarmos o mundo, não de orações. Respeito, porém, as convicções religiosas. Para mim é como se fossem ideais políticos, que também não se podem discutir com ligeireza.
Nestes últimos anos assistimos a um Papa debilitado, com enormes dificuldades, a aparecer nas televisões e a balbuciar algumas palavras. Lá fomos vendo a decadência do homem que a Igreja não quis preservar, libertando-o do fardo de ser a figura máxima do catolicismo. Bem sei que a renúncia teria que partir do Papa, mas estaria ele suficientemente lúcido para a pedir? Teria ele forças para lutar contra o sistema?
A Igreja Católica assenta na imagem do sofrimento, da expiação da culpa, do arrependimento abnegado dos nossos pecados. Assenta na imagem de que todos devem sofrer à imagem de Cristo. É esse o retrato que vou guardar de João Paulo II, com grande pena minha…
Sem hesitações digo que foi um grande líder político. Soube gerir muitas crises, umas melhores outras piores, mas não deixou de carimbar o mundo com a sua presença atenta, embora a postura tenha sido sempre anti-comunista, mas foi contra a invasão do Iraque, isto a título de exemplos. Ao nível religioso a sua actuação foi menos boa, não deixou cair os muitos tabus eclesiásticos, ergueu bandeiras contra o aborto, a eutanásia, o preservativo e a homossexualidade. Mau, muito mau, principalmente quando se olha para os números do aumento da SIDA em África e em todo o mundo.
Lembro-me de ser uma miúda, muito criança mesmo, quando ele esteve em Portugal. Lembro-me do deliro das massas, das pessoas a chorarem, a gritarem palavras de fé. Deve ser uma das primeiras recordações que tenho.
Sou agnóstica por inteiro, não acredito em poderes superiores a mim, enquanto indivíduo que sou, e acredito que parte de nós a capacidade de melhorarmos o mundo, não de orações. Respeito, porém, as convicções religiosas. Para mim é como se fossem ideais políticos, que também não se podem discutir com ligeireza.
Nestes últimos anos assistimos a um Papa debilitado, com enormes dificuldades, a aparecer nas televisões e a balbuciar algumas palavras. Lá fomos vendo a decadência do homem que a Igreja não quis preservar, libertando-o do fardo de ser a figura máxima do catolicismo. Bem sei que a renúncia teria que partir do Papa, mas estaria ele suficientemente lúcido para a pedir? Teria ele forças para lutar contra o sistema?
A Igreja Católica assenta na imagem do sofrimento, da expiação da culpa, do arrependimento abnegado dos nossos pecados. Assenta na imagem de que todos devem sofrer à imagem de Cristo. É esse o retrato que vou guardar de João Paulo II, com grande pena minha…
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