2005/04/06

FALO A LÍNGUA DOS LOUCOS IV



E depois das mascaras caídas, pergunto… A fuga ou a continuidade?

Há um factor nas relações que dá pelo nome de “medo de perder”, a troca do “certo pelo incerto”. Não é um grão de pó, mas uma Torre de Babel onde se confunde a racionalidade e a emoção. Porque nas relações ganha-se uma intimidade simbiótica, geminiana, quase, onde muitas vezes já nem se empregam as palavras para descrever estados de espírito e/ou pensamentos. Recomeçar tudo de novo cansa, arruína-nos a ingenuidade e aniquila a descoberta infantil.

Comodismo. Monstro aglutinador que nos tolhe gestos, embora a imaginação, essa, voe alada numa imensidão de sonhos. Os “ses” mais parecem nuvens no tecto desse mundo imaginário que se constrói em paralelo. Isto é a continuidade passiva.

Inovação. Recriação. Renascimento. Olhar a relação de novo, saber apontar os erros de percurso e ter a capacidade de emendar os passos presentes. Dialogar. Explicar o que se sente. Dizer: “conheci uma pessoa que me interessa, mas ainda és tu a pessoa que eu verdadeiramente quero, o que pensas sobre isto?”. Coragem, misto de loucura. Honestidade. Isto é continuidade activa.

O amor nada tem de matemático, mas não deixa de nos ofuscar a racionalidade e o discernimento. Não é destituído de falácia dizer que o amor, também ele, tem uma certa lógica, que por vezes até nos escapa. Mas ela existe, está lá, diz-nos que se deve lutar sempre que valer a pena. Mesmo que isso implique a continuidade ou então a ruptura.

Estes são meros apontamentos de ideias que me surgem. Nada é mais complexo do que os relacionamentos, porque envolvem emoções e, muito raramente, racionalidade. Uma coisa deve estar sempre presente e que dá pelo simples nome de “honestidade”, porque tenho que te apontar os erros, porque quero que me digas os meus, porque sinto, porque sentes, porque o nosso “nós” não pode essa barreira densa da furtividade. Dure o que durar prefiro a intensidade à mediocridade, a plenitude à escassez… e porque a eternidade é o que se mantém dentro de nós, não um mês a mais no calendário.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Até à eternidade... :-)

LemonTea

7/4/05 17:43  
Blogger ...dina disse...

Lemon T(r)ea: :)

8/4/05 11:19  

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